O dízimo foi instituído como lei ao povo judeu no livro de Levíticos no capítulo 27, porém no livro de Números no capítulo 18 vemos os dízimos sendo direcionado aos levitas, aos órfãos, as viúvas e os estrangeiros.
Os levitas não tinham parte nem herança na terra prometida, pois eles eram totalmente dedicados ao serviço do tabernáculo.
"Então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão e a viúva que estão dentro das tuas portas, e comerão e fartar-se-ão, para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra de tuas mãos que fizeres". Deuteronômio 14:29
Mas o dízimo não aparece pela primeira vez em Levíticos, vejamos:
O dízimo de Abraão:
Em Gênesis no capítulo 14, versículo de 18 a 20, Abraão deu dízimo dos despojos da guerra ao Rei Melquisedeque, de Salém, (que também era um Sacerdote de Deus), e foi por ele abençoado.
O dízimo de Jacó:
Em Gênesis, no capítulo 28, versículo de 20 a 22, Jacó fez um voto ao Senhor, prometendo dizimar tudo quanto ganhasse, se em sua jornada fosse por Ele protegido e abençoado.
Repare uma coisa:
Que tanto o dízimo de Abraão, quanto o dízimo de Jacó foram "voluntários", Abraão uma só vez e Jacó pelo resto de sua vida.
Por que voluntários?
Porque não havia lei alguma, nada e nem ninguém que os obrigasse a dizimar.
Vejamos o dízimo de Abraão na visão Neotestamentária:
Em Hebreus capítulo 7, cita a passagem em que Abraão dá o dízimo ao Rei e Sacerdote Melquisedeque, mas reparemos que o foco do texto não é o dízimo e sim Melquisedeque.
Hebreus capítulo 7:
verso 01 e 02 - Esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, encontrou-se com Abraão quando este voltava, depois de derrotar os reis, e o abençoou; e Abraão lhe deu dízimo de tudo. Em primeiro lugar, seu nome significa "rei de justiça"; depois, "rei de Salém" quer dizer "rei de paz".
Os primeiros dois versículos dizem que Melquisedeque era um rei justo e de paz, portanto fica claro que ele não impôs as Abraão que lhe desse algo.
verso 03 - Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípios ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre.
Não há registro algum sobre Melquisedeque, a quem ele precedeu e sucedeu, quando nasceu, morreu e quanto tempo viveu, dando a impressão de eternidade, assim como Jesus.
verso 04 - Considerem a grandeza desse homem: até mesmo o patriarca Abraão lhe deu o dízimo dos despojos!
O autor de Hebreus reconhece que Melquisedeque era um homem grandioso, já que sem lei nem preceito, por sua grandiosidade, justiça e bondade, chamou a atenção de Abraão que lhe deu o dízimo.
verso 05 a 09 - A lei requer dos sacerdotes dentre os descendentes de Levi que recebam o dízimo do povo, isto é, dos seus irmãos, embora estes sejam descendentes de Abraão. Este homem, porém, que não pertencia à linhagem de Levi, recebeu os dízimos de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas. Sem dúvida alguma, o inferior é abençoado pelo superior. No primeiro caso, quem recebe o dízimo são homens mortais; no outro caso é aquele de quem se declara que vive. Pode-se até dizer que Levi, que recebe os dízimos, entregou-os por meio de Abraão,
Estes versículos ressaltam que Melquisedeque apesar de só ser citado uma vez foi maior do que Levi.
verso 10 - pois, quando Melquisedeque se encontrou com Abraão, Levi ainda não havia sido gerado.
O versículo dez deixa muito claro que o sacerdócio de Melquisedeque antecedeu o sacerdócio Levítico e não se tratava de leis.
No versículo 17 afirma categoricamente que o sacerdócio de Jesus não é o Levítico e sim sacerdócio segundo Melquisedeque!
Jesus também pertencia a linhagem de Judá, que segundo o versículo 12 nunca gerou alguém que tivesse servido no altar.
Entendendo Malaquias 3:
Queridos, não se enganem e nem se deixem ser enganados, o texto de Malaquias é direcionado ao povo de Israel e não a nós os gentios, e isso fica claro nos versículos 01 a 05 que não fala da volta e sim da vinda de Jesus.
Observe:
Malaquias capítulo 3:
verso 01 - "Vejam, eu enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. E então, de repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo; o mensageiro da aliança, aquele que vocês desejam, virá", diz o Senhor dos Exércitos.
Vejam que aqui fala da vinda de Jesus, tratando-o como "mensageiro" e não como Noivo, Juiz, Rei...
verso 02 - Mas quem suportará o dia da sua vinda? Quem ficará em pé quando Ele aparecer? Porque Ele será como fogo do ouvires e como o sabão do lavandeiro.
Veja que nesse versículo se usa a palavra vinda e não volta, também a palavra aparecer e não retornar. Também fala que Ele será como fogo de ouvires que purificará o homem de todo o pecado e também diz que Ele será como o sabão do lavandeiro, fazendo uma comparação com o sangue de Jesus que veio lavar e purificará as nossas vestes.
verso 03 - Ele se assentará como um refinador e purificador de prata; purificará os levitas e os refinará como ouro e prata. Assim trarão ao Senhor ofertas com justiça.
No verso 03 Malaquias diz que Jesus viria assim como um refinador e purificador de ouro e prata e que iria purificar os levitas. Jesus diz aqui que iria abolir a lei, sendo assim, não seria mais preciso o trabalho dos levitas. Como de fato depois da vinda de Jesus não se vê mais levitas.
verso 04 - Então as ofertas de Judá e de Jerusalém serão agradáveis ao Senhor, como nos dias passados , como nos tempos antigos.
Nesse versículo Jesus deixa claro que depois que a lei fosse abolida as ofertas seriam justas e agradáveis a Deus, como nos tempos antigos, ou seja, como a oferta de Abraão e Jacó, sim, pois voluntariedade do dízimo faz dele uma oferta, e uma oferta agradável ao Senhor.
verso 05 - "Eu virei a vocês trazendo juízo. Sem demora testemunharei contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente e contra aqueles que exploram os trabalhadores em seus salários, que oprimem os órfãos e as viúvas e privam os estrangeiros dos seus direitos, e não têm respeito por mim", diz o Senhor dos Exércitos.
No verso cinco, Jesus cita a situação de Israel quando ele começou o seu ministério, e o juízo que Ele se refere é a sua maravilhosa Graça que liberta os de bom coração, mas traz juízo aos ímpios!
A partir do versículo 06 começa-se a se falar do dízimo.
Repare algo:
De fato, Eu o Senhor, não mudo. por isso vocês, descendentes de Jacó, não foram destruídos.
Já no versículo seis, fica claro que Jesus se refere "aos descendentes de Jacó", ou seja, ao povo de Israel, e não a nós.
Queridos, se Jesus que nos deu a sua graça não faz parte do sacerdócio Levítico e sim de Melquisedeque e nós?
Se o dízimo que foi entregue a Melquisedeque foi um dízimo voluntário, como devem ser os dízimos hoje?
Observem que o Senhor Jesus mandou pregar o Evangelho para Salvação (I Co. 15:01-02). Esse foi o propósito do Senhor ao oferecer o seu sangue em sacrifício vivo. E onde está a obrigatoriedade do dízimo; senão no Antigo Testamento? Por que então o homem persiste em pregar e manter as ordenanças da lei, as quais foram por Cristo, abolidas? Pregar a velha aliança é exumar uma lei sucumbida e mutilar o evangelho de Cristo, sobrecarregando as ovelhas do pesado fardo que Cristo levou sobre si.
No Evangelho de Cristo, Ele nos ensina a fazer caridade, nos ensina a orar, a jejuar (Mt. 06:01-08), e uma infinidade de outros ensinamentos, porém nas duas únicas vezes que Ele referiu-se aos dízimos, foi com Censura.
Vejamos em Mt. 23:23
Alguém poderá considerar que Jesus ordenou que dizimássemos, porque Ele disse: "Devereis fazer estas coisas".
Vamos buscar o intendimento espiritual na palavra do Mestre:
Jesus era um Judeu, nascido sob a lei (Gl. 04:04).
Portanto, viveu Jesus na tutela da lei de Moisés, reconhecendo-a e disse dessa forma, pela responsabilidade de cumprir a lei.
Vejamos:
Não cuideis que vim abolir a lei e os profetas, mas vim para cumpri-la, e nem um jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Mateus 05:17-18.
E verdadeiramente Ele cumpriu a lei. Foi circuncidado aos oito dias, foi apresentado na sinagoga (Lc. 02:21-24), assumiu seu sacerdócio aos trinta anos (Lc. 03:23, Nm. 04:43-47), curou o leproso e depois o mandou apresentar ao sacerdote a oferta que Moisés ordenou (Mt. 08:04, Lv. 14:01), e cumpriu outras formalidades cerimoniais da lei.
Porém, quando Cristo rendeu o espírito a Deus (Mt. 27:50-51), o véu do templo se rasgou de alto a baixo, então passamos a viver pela graça do Senhor Jesus, encerrando-se ali toda ordenança da lei de Moisés, sendo introduzido o Novo Testamento, o Evangelho da Salvação do Senhor Jesus Cristo.
Um novo mandamento vos dou (Jo. 13:34), e se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu em vão (Gl. 02:21).
Queridos Dízimo como ordenança é "lei", e se você anda seguindo esse preceito você vive pela lei e sera julgado pela lei! Eu não estou falando que dar dízimo seja errado, mas dá-lo como ordenança, como estatuto!!!
Irmãos, você escolhe:
Se o seu sacerdócio é segundo Levi, o seu dízimo está em Ml. 03:10, e é "lei"!
Se o seu sacerdócio é segundo Melquisedeque, ou seja, Jesus, ninguém te obriga a dar dízimo, e ele é dado como "oferta"!
Muitos saem em defesa do dízimo, afirmando:
_ Mas o dízimo é bíblico! (Nm. 18:21-26).
Certamente como também é bíblico:
A circuncisão (Gn. 17:23-27), o sacrifício de animais em holocausto (Lv. 01 a 06:08-13), a santificação do sábado (Lv. 23:03), o apedrejar adúlteros (Lv. 20:10 e Dt. 22:22), e etc. É bíblico, mas pela ordenança da lei que Moisés introduziu ao povo.
Querem o dízimo porque é a garantia da renda líquida e certa todos os meses nos cofres das igrejas.
"Fostes comprados por bom preço, não vos façais servos de homens". ( I Co. 07:23)
"Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo". (Gl.
05:14).
Portanto irmãos, escolhem o seu sacerdócio, lembrando que o Senhor Jesus te deu liberdade!
Deus abençoe a todos!
Por Pr. Gilberto Moreira.
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